ANTIGO TESTAMENTO

EZEQUIEL     

O Livro de Ezequiel relata a atividade de um profeta durante o exílio na Babilônia. O profeta dirige suas mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, juntamente com uma considerável parte da população no ano de 597 a.C. Portanto, Deus atribuiu a Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de Israel e predizer a destruição de Jerusalém e a deportação de um número ainda maior. Seis anos depois de Ezequiel haver começado a pregar, suas palavras se cumpriram. No ano de 586 a.C., Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos para a Babilônia quase todos os sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade de Israel, Deus mostrou-se misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no sentido de proclamar as boas-novas de que o exílio terminaria e Israel recuperaria sua posição de instrumento da salvação de Deus para todos os homens.

A forma pela qual o livro de Ezequiel apresenta esta mensagem de juízo e de promessa distingue-o dos outros livros proféticos do Antigo Testamento. A organização sistemática do conteúdo constitui seu primeiro traço característico. Os primeiros vinte e quatro capítulos representam a acusação e condenação de Israel, com aterradora conseqüencia. Esta perspectiva de juízo, minorada somente por lampejos incidentais de luz, fica compensada na última parte (capítulos 33 a 48) com uma apresentação também conseqüente com o brilhante futuro que Deus tem reservado para seu povo. Estas seções compactas de ameaças e promessas a Israel são separadas por uma série de discursos endereçados às nações estrangeiras, discursos que têm duplo aspecto: pronunciam juízo e castigo sobre os perversos vizinhos de Israel, mas a destruição dos inimigos de Israel constitui também segurança de que não poderão criar obstáculos no cumprimento da promessa de Deus de redimir e restaurar seu povo escolhido.

Outro traço característico do livro de Ezequiel é a forma pela qual expressa não somente a ameaça mas também a promessa. O livro é abundante em visões misteriosas, alegorias ousadas e estranhos atos simbólicos. Estas formas de revelação divina ocorrem aqui com maior freqüencia do que em qualquer outro livro profético, e se acham representadas por uma riqueza de pormenores descritivos. As visões em particular são bizarras, de forma quase grotesca, e portanto de interpretação dificil.

Todavia, o significado fundamental do livro de Ezequiel não escapará ao leitor se levar em conta que a glória de Deus e suas ações de juízo e salvação se acham apresentadas em linguagem e forma simbólicas. Aquilo que Ezequiel vê em visões, que descreve em alegorias e põe em prática numa forma que se assemelha a charadas, tem por objetivo contribuir para a certeza de que Deus leva avante seu plano de salvação para todos os homens aos quais ele havia iniciado neste pacto com Israel séculos antes. Purificado pelos juízos de Deus no exílio babilônio, o povo de Israel se tornaria de novo o veículo das promessas que se cumprirão no novo pacto e no final dos tempos. Tudo isto Ezequiel vê em perspectiva profética, na qual se sobrepõem no mesmo quadro relativo ao reino de Deus futuro e permanente algumas cenas de um futuro imediato e de um futuro distante.

 

Autor:

A pessoa de Ezequiel se acha tão imersa na mensagem, que além de seu nome, pouco sabemos com referência a ele. Somente dois fatos de caráter biográfico podem deduzir-se do livro: que era filho de Buzi, o sacerdote, e, diferentemente de seu contemporâneo Jeremias. Ezequiel era casado, mas "o desejo dos teus olhos" lhe foi tirado de um golpe, enquanto realizava sua missão por ordem de Deus.

Ezequiel tem sido considerado, com freqüencia, uma pessoa severa, insensível. Tem-se dito que é impessoal, indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a vindicação da glória de Deus, mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto seus sentimentos não aflorem à superficie, como no caso de Jeremias, a afirmativa de que ele não é compassivo equivialeria a ir além das evidências. Nem tampouco podem os críticos radicais justificar suas teorias que afirmam que o profeta sofria de ataques catalépticos e de paranóia esquizofrênica. Os atos simbólicos que ele executa e as visões que recebe não são, em essência, diferentes dos que os outros profetas registram.

Ezequiel foi levado para a Babilônia no ano de 597 a.C., e foi chamado para o ministério profético cinco anos mais tarde. Exerceu tal ministério ativamente durante um período de vinte e dois anos, pelo menos (29:17).

 

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Walter B. Roehrs

Doutor em Filosofia e Letras

 

 

Cap.01-A primeira visão dos querubins. E aconteceu...

Cap.04-Predição do cerco de Jerusalém...

Cap.07-Vem o fim, o fim vem! Depois veio a mim, assim diz o Senhor Deus

Cap.10-A segunda visão dos querubins, Depois olhei, e eis que...

Cap,13-E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo ...

Cap.16-A menina torna-se uma prostituta.

Cap.19-O lamento da leoa. E tu levanta uma lamentação...

Cap.22-As abominações de Jerusalém. E veio a mim a palavra.

Cap.25-Profecia contra Amom. E veio a mim a palavra do Senhor.

Cap.28-Profecia contra o rei de Tiro. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.31-A glória da Assíria. E secedeu, no ano undécimo...

Cap.34-Profecia contra os pastores infiéis. E veio a mim a palavra...

Cap.37-A visão de um vale de ossos secos. E veio sobre mim a mão...

Cap.40- A restauração do templo, os átrios e os vestíbulos...

Cap.43-A restauração d templo: A glória do Senhor...

Cap.46-Adoração pública.Assim diz o Senhor...

Cap.02-A vocação de Ezequiel. E disse-me: Filho do homem...

Cap.05-E Tu, ó filho do homem, toma uma faca afiada...

Cap.08-As abominações no santuário. Sucedeu, pois, no sexto ano..

Cap.11-O juízo de Deus contra os chefes do povo...

Cap.14-O castigo dos idólatras. E vieram a mim alguns homens...

Cap.17-A parábola das duas águias e a videira.

Cap.20-E, aconteceu no sétimo an, no quinto mês.

Cap.23-Aolá e Aolibá, as duas meretrizes...

Cap.26-Profecia contra Tiro. E sucedeu no undécimo ano...

29-Profecia contra o Egito. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.32-Lamentação sobre Faraó, rei do Egito...

Cap.35-Profecia contra o monte Seir. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.38-Profecia contra gogue. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.41-A restauração do templo: o Santuário...

Cap.44-A restauração do templo: Os sacerdotes...

Cap.47-A torrentes das águas purificadas. Depois disso...

Cap.03-A visão do rolo do livro. Então vi, e eis que uma mão...

Cap.06-Profecia contra os montes de Israel...

Cap.09-Preservação do justo. Então me gritou aos ouvidos...

Cap.12-A mudança pra fora do muro. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.15-A videira inútil. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.18- A responsabilidade pelo pecado individual.

Cap.21-A espada do Senhor. E veio a mim a palavra do Senhor.

Cap.24-A parábola da panela. E veio a mim a palava do senhor.

Cap.27-A lamentação sobre Tiro. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.30-Outra profecia contra o Egito. E veio a mim a palavra do Senhor...

Cap.33-O ofício da verdadeira profecia. E veio a mim a palavra...

Cap.36-Profecia feita aos montes de Israel...

Cap.39-Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra gogue...

42-A restauração do templo: as Câmaras Santas.

Cap.45-A partilha da terra: O lugar santo. Quando, pois...

Cap.48-Os termos das doze tribos. E estes são os nomes das tribos...